Dissertação de Mestrado em Antropologia Forense apresentada à Faculdade de Ciências e Tecnologia A antropologia forense é a ciência que se preocupa, entre outras coisas, em estabelecer a identificação de uma pessoa em contextos médico-legais. Sendo a identificação a prioridade, esta baseia-se, em métodos científicos. As mudanças ósseas e algumas doenças possibilitam o fornecimento de informações acerca de uma pessoa. Os nódulos de Schmorl são encontrados com frequência em restos de esqueletos de contextos arqueológicos e forenses. Estes nódulos são identificados por meio de uma depressão junto à superfície do corpo vertebral e afetam, com maior frequência, a região inferior do tórax e lombar, sendo comum em populações vivas e passadas. Este estudo teve como objetivo principal analisar e distinguir ocorrências dos nódulos de Schmorl na coluna vertebral, além de apurar a possibilidade de os utilizar como características individualizantes. Procuramos assim tentar identificar o seu potencial como fator de identificação na Antropologia Forense, investigando a frequência em 128 indivíduos adultos (81 mulheres e 47 homens) pertencentes à Coleção de Esqueletos Identificados Século XXI (CEI/XXI), da Universidade de Coimbra. Os indivíduos da amostra apresentavam idade à morte entre 61 e 99 anos (idade média = 81 anos). Os nódulos de Schmorl foram examinados através dos métodos de Knüsel e colaboradores (1997) e Jiménez-Brobeil e colaboradores (2010), segundo a sua severidade e distribuição, por segmento na coluna vertebral e analisados suas relações com o sexo biológico e a idade à morte. Os resultados da investigação indicaram uma frequência significativa quanto à prevalência no total de indivíduos analisados, de 60,9%. Na prevalência por sexo (61,7% mulheres e 59,6% homens) não ocorreram diferenças significativas. Houve uma diferença significativa no grupo de indivíduos com idade entre 81 a 90 anos. A maioria das lesões foram classificadas de grau severo, localizadas com maior frequência no centro dos corpos vertebrais, avultadamente nas superfícies superiores das regiões lombares e superfícies inferiores da região torácica. As vértebras mais afetadas foram a L1 (3%) seguida de perto pela L2 (2,9%) e igualmente pela T11 (2,8%) e pela T12 (2,8%). A presença de nódulos de Schmorl nesses indivíduos indicam ser devido ao envelhecimento e processo evolutivo, isso devido ao fato de que os indivíduos observados tem idades avançadas e pela alta frequência nessa amostra, mas o que é difícil de se afirmar somente com material esquelético, pois podem ter surgido quando ainda jovens devido a vários fatores. E também devido a fatores evolutivos da postura bípede, sendo a principal causa a postura ereta do homem atual, uma vez que essa está associada ao surgimento dos nódulos de Schmorl na coluna vertebral. Forensic anthropology is the science that is concerned, among other things, with establishing the identification of a person in medico-legal contexts. Since identification is the priority, it is based on scientific methods. Bone changes and some diseases make it possible to provide information about a person. Schmorl's nodes are frequently found in skeletal remains from archaeological and forensic contexts. These nodules are identified by means of a depression along the surface of the vertebral body and most frequently affect the lower chest and lumbar region, being common in living and past populations. The main objective of this study was to analyze and distinguish occurrences of Schmorl’s nodes in the spine, in addition to investigating the possibility of using them as individualizing characteristics. Thus, we try to identify its potential as an identification factor in Forensic Anthropology, investigating the frequency in 128 adult individuals (81 women and 47 men) belonging to the Collection of Identified Skeletons Century XXI (CEI/XXI), of the University of Coimbra. The individuals in the sample were aged between 61 and 99 years old (mean age = 81 years). Schmorl's nodules were examined using the methods of Knüsel et al. (1997) and Jiménez-Brobeil et al. (2010), according to its severety and distribution, by segment in the spine and analyzed its relationships with biological sex and age at death. The investigation results indicated a significant frequency regarding the prevalence in the total of analyzed individuals, of 60,9%. In the prevalence by sex (61,7% women and 59,6% men) there were no significant differences. There was a significant difference in the group of individuals aged between 81and 90 years. Most injuries were classified as severe, located most often in the center of the vertebral bodies, especially on the upper surfaces of the lumbar regions and lower surfaces of the thoracic region. The vertebrae most affected were L1 (3%), followed closely by L2 (2,9%) and equally by T11 (2,8%) and T12 (2,8%). The presence of Schmorl`s nodules in these individuals indicates that it is due to aging and the evolutionary process, due to the fact that the individuals observed are of advanced age and due to the high frequency in this sample, but which is difficult to say only with skeletal material, because may have emerged when they were still young due to various factors. And also due to evolutionary factores of the bipedal posture, the main cause being the erect posture of the current man, since this is associated with the emergence of Schmorl’s nodes in the spine.