Objective/context: The article aims to analyze child recruitment as a form of human trafficking. Beyond the theoretical perspectives that focus on security or rights, it addresses the topic as a form of unfree labor. By means of a case study focused on child recruitment by right-wing paramilitary groups in Colombia, the paper analyzes how children entered and exited illegal armed groups, the functions they performed, and the exploitation they endured. The research argues that child recruitment operates as a large-scale labor-market uptake in the wartime social order, where the “employers” are paramilitary groups, and the labor force, in part, consists of children and adolescents. Methodology: This case study relies on different sources of information: a database on child recruitment provided by the special Justice and Peace Unit of the Colombian Attorney General’s Office (989 cases between 1981 and 2005), sentences of Peace and Justice, testimonials given by victims in judicial processes, and semi-structured interviews with different actors. Conclusions: The paper shows that child recruitment as a form of trafficking is functional to wartime social order in contexts of poverty and inequality. There is demand and supply; thus, both girls and boys, who worked as soldiers, are not only victims but also agents that make decisions in challenging conditions. Therefore, if the socioeconomic options for these children, even after their demobilization from the armed group, are still a choice between bad and worse, joining a violent (no longer “armed” but “criminal”) group will remain a feasible alternative. Originality: The article contributes to the academic literature on a recent topic, such as the overlapping between child recruitment and human trafficking in armed conflict and post-conflict situations. It also contributes to the literature on “unfree labor,” as the study focuses on an actor (illegal armed groups) that has not been analyzed until now. Finally, the research demonstrates the limits of understanding human trafficking (and child recruitment as a form of trafficking) as a problem of security or rights entitlement. It highlights the analytical and political advantages of categories such as “unfree labor” to provide effective solutions for the prevention and reintegration of child soldiers. Objetivo/contexto: el artículo propone analizar el reclutamiento de niños, niñas y adolescentes como una forma de trata de personas. Más allá de las aproximaciones teóricas que enfatizan las dimensiones de seguridad o derechos, este estudio aborda el tema como una forma de trabajo no libre. Mediante un estudio de caso, centrado en las prácticas de reclutamiento por parte del paramilitarismo en Colombia, el artículo se enfoca en la entrada de los niños, niñas y adolescentes al grupo armado, la salida, las funciones que cumplieron y las formas de explotación a las que fueron sometidos. Esta investigación sostiene que el reclutamiento en Colombia opera como un mercado laboral a gran escala en un orden social de guerra, donde los “empleadores” son grupos paramilitares y la fuerza de trabajo está conformada, en parte, por niños, niñas y adolescentes. Metodología: el estudio de caso se basa en diferentes fuentes de información: la base de datos de reclutamiento ilícito facilitada por la unidad especial de Justicia y Paz de la Fiscalía General de Colombia (989 casos de niños y niñas reclutados entre 1981 y 2005), sentencias de Justicia y Paz, audiencias de las víctimas en el proceso judicial y entrevistas semiestructuradas a diferentes actores. Conclusiones: el artículo muestra que el reclutamiento, como forma de trata, es funcional al orden social de la guerra en contextos de pobreza y desigualdad. Existe una oferta y una demanda; así, los niños y niñas que “trabajaron” como soldados no sólo son víctimas sino también agentes que tomaron decisiones en contextos difíciles. Por tanto, si las condiciones socioeconómicas de estos niños y niñas, incluso tras su desvinculación, siguen ofreciendo una decisión entre “lo malo y lo peor”, su incorporación a un grupo violento (ya no “armado” sino “criminal”) seguirá una opción viable. Originalidad: el artículo contribuye a la literatura académica sobre un tema actual, como el solapamiento entre tráfico humano y reclutamiento infantil en situaciones de conflicto armado y postconflicto. También contribuye a la literatura sobre “trabajo no libre” al enfocarse en un actor (grupos armados ilegales) que no han sido analizados hasta ahora. Finalmente, el artículo demuestra los límites de entender el tráfico humano (y el reclutamiento de niños como una de sus expresiones) como un problema de seguridad o titularidad de derechos. Subraya las ventajas analíticas y políticas de categorías como “trabajo no libre” para buscar soluciones efectivas en materia de prevención y reintegración de niños soldados. Objetivo/contexto: o artigo propõe analisar o recrutamento de meninas, meninos e adolescentes como um tipo de tráfico de pessoas. Além das aproximações teóricas que enfatizam as dimensões de segurança ou de direitos, esse estudo aborda o assunto como uma forma de trabalho não livre. Através de um estudo de caso sobre as práticas de recrutamento por parte do paramilitarismo na Colômbia, o artigo foca a análise na entrada de crianças e adolescentes nos grupos armados, sua saída, as funções que realizaram e as formas de exploração às que foram submetidos. A pesquisa argumenta que o recrutamento na Colômbia opera sob as dinâmicas de um mercado de trabalho em escala ampla e numa ordem social de guerra, onde os “empregadores” são grupos paramilitares e a força de trabalho é composta, em parte, por crianças e adolescentes. Metodologia: a pesquisa consiste num estudo de caso baseado em diferentes fontes de informação: a base de dados de recrutamento ilícito disponibilizado pela Unidade Especial de Justiça e Paz da Procuradoria-Geral da Colômbia (989 casos de meninas e meninos recrutados entre 1981 e 2005); sentenças de Justiça e Paz, audiências de vítimas num processo na justiça e entrevistas semiestruturadas com diferentes atores. Conclusões: a pesquisa aponta que o recrutamento, como forma de tráfico, é funcional na ordem social de guerra em contextos de pobreza e desigualdade. Há uma oferta e uma demanda. Assim, meninas e meninos que “trabalharam” como soldados não são apenas vítimas, mas também agentes que tomaram decisões. Em consequência, o estudo salienta que, se as condições socioeconómicas dessas crianças continuarem se limitando a uma decisão entre “o ruim e o pior”, mesmo após a sua desvinculação, a sua incorporação num grupo armado ilegal, num contexto de guerra ou de criminalidade, continuará sendo uma opção viável. Originalidade: o artigo contribui para o desenvolvimento da pesquisa acadêmica sobre uma questão incipiente, tal como é a sobreposição entre tráfico e recrutamento de crianças em situações de conflito armado e pós-conflito. Igualmente, o artigo contribui às pesquisas sobre “trabalho não livre”, aplicando esse conceito a um ator pouco estudado nesse âmbito – os grupos armados ilegais. Finalmente, o artigo ressalta os limites de compreender o tráfico (e, assim, o recrutamento como uma forma de tráfico) como um problema de segurança ou de titularidade de direitos. Salientam-se, desse modo, as vantagens analíticas e políticas do uso de categorias como “trabalho não livre” para procurar soluções eficazes que visem à prevenção e reintegração de crianças-soldado.