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Esta investigação está inserida no campo das discussões sobre a inclusão de crianças com deficiência no âmbito escolar, o que envolve práticas pedagógicas que permitam o desenvolvimento integral de todas as crianças, com deficiência ou não. Para a teoria histórico-cultural, a deficiência não está na pessoa, mas na sociedade, pois essa não está organizada de forma a acolher a todos. Nesse sentido, as tecnologias assistivas se apresentam como um importante meio de potencializar o desenvolvimento da pessoa com deficiência, fortalecendo a autonomia e autoestima, o que retira o foco da deficiência da pessoa e valoriza suas habilidades e potencialidades. No caso das crianças com deficiência intelectual, que por muito tempo foram estigmatizadas em relação à aprendizagem, apresentam prejuízo no desenvolvimento da capacidade expressiva, principalmente na expressão oral. Por isso, fazem uso por mais tempo da linguagem gestual. Nesse caso, a Comunicação Alternativa se mostra como um importante recurso para a acessibilidade, já que permite que o usuário consiga se expressar a partir de gestos simples como apontar. Esta pesquisa buscou analisar como o uso da Comunicação Alternativa em sessões de intervenção pode contribuir para a linguagem-comunicação de crianças com deficiência intelectual na etapa da Educação Infantil. Para tanto, tomou-se como base teórica o sociointeracionismo, concebendo a linguagem como um construto social resultado de trocas interativas. O presente estudo engloba as discussões de: Vigotski, sobre pensamento e linguagem; Luria, sobre a linguagem como signo que modifica as funções psicológicas superiores, tendo ela função de mediadora e reguladora do contato do sujeito com o mundo; e Tomasello, sobre as cenas de atenção conjunta. Os citados autores congregam da ideia de que a linguagem é um elemento cultural desenvolvida historicamente a partir de relações e atividades sociocomunicativas. Optou-se por uma abordagem metodológica quanti-qualitativa, a fim de compreender de forma ampla os fenômenos ocorridos. Como sujeitos, a pesquisa contou com a participação de duas crianças com deficiência intelectual com impedimentos comunicativos, estudantes de escolas públicas da cidade de Igarassu-PE. Como instrumentos de coleta de dados realizou-se entrevistas com profissionais da escola e pais; também observações da sala de aula; e sessões de intervenção com o uso de recursos de CAA. O estudo demonstrou que o uso dos recursos de comunicação alternativa contribuiu significativamente para a comunicação das crianças. Permitiu que criança e pesquisadora compartilhassem atenção nas atividades desenvolvidas; auxiliou a compreensão, estimulando as crianças a participarem ativamente das interações; e também possibilitou as crianças planejar e produzir linguagem mais significativa e funcional. Assim também, a mediação dos recursos ajudou as crianças a progredirem no desenvolvimento da linguagem, diminuindo o uso dos gestos e ampliando a fala. Em suma, constatou-se que o uso de comunicação alternativa unida a atividades pedagógicas de estímulo à linguagem oral ainda na Educação Infantil podem potencializar a aquisição e desenvolvimento da linguagem das crianças com deficiência intelectual, o que, em sala de aula, pode permitir que as crianças com DI tenham tantas oportunidades de desenvolvimento quanto as demais crianças sem deficiência. This research is part of the discussions on the inclusion of children with disabilities in schools, which involves pedagogical practices that allow the integral development of all children, with or without disabilities. For the historical-cultural theory, the deficiency is not in the person, but in the society, because it is not organized in a way to welcome all. In this sense, assistive technologies present themselves as an important means of enhancing the development of the disabled person, strengthening autonomy and self-esteem, which removes the focus of the person's disability and values their abilities and potentialities. In the case of children with intellectual disabilities, who have been stigmatized for a long time in relation to learning, they present impairment in the development of expressive capacity, especially in oral expression. Therefore, they make use of sign language for longer. In this case, the Alternative Communication shows itself as an important resource for accessibility, since it allows the user to be able to express themselves through simple gestures such as pointing. This research sought to analyze how the use of Alternative Communication in intervention sessions can contribute to the communication-language of children with intellectual disabilities in the stage of Early Childhood Education. For that, the socio-interactionism was conceived as theoretical base, conceiving language as a social construct resulting from interactive exchanges. The present study encompasses the discussions of: Vigotski, on thought and language; Luria, on language as a sign that modifies the higher psychological functions, having as mediator and regulator of the subject's contact with the world; and Tomasello, on the scenes of joint attention. The aforementioned authors congregate from the idea that language is a cultural element developed historically from socio-communicative relations and activities. We opted for a quantitative-qualitative methodological approach in order to comprehend in a wide way the phenomena that occurred. As subjects, the research had the participation of two children with intellectual disabilities with communicative disabilities, students of public schools in the city of Igarassu-PE. As instruments of data collection, interviews were carried out with professionals from the school and parents; also classroom observations; and intervention sessions using CAA resources. The study demonstrated that the use of alternative communication resources contributed significantly to the communication of children. It allowed the child and the researcher to share attention in the activities developed; aided understanding by encouraging children to actively participate in interactions; and also made it possible for children to plan and produce more meaningful and functional language. Also, mediation of resources helped children to progress in language development, reducing the use of gestures and expanding speech. In short, it was found that the use of alternative communication, coupled with pedagogical activities to stimulate oral language in early childhood education, can enhance the acquisition and development of the language of children with intellectual disabilities, which in the classroom can allow children with ID have as many opportunities for development as other children without disabilities.