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O estado-da-arte da montagem audiovisual é compreendermos a imagem em movimento como design. Termos como ritmo, métrica, composição e intervalo são originalmente parâmetros instituídos (e operacionalizados) pela teoria e linguagem musical. Essse ensaio tenta um breve caminhar sobre banco-de-dados, memória, remix (nas suas vertentes com e sem capslock) e talvez uma deriva sobre as artes audiovisuais: dramaturgia da forma, grafismo, tipografia e cinema (experimental, de filme-ensaio, found footage ou sci-fi). Trata-se, enfim, de uma flaneurie, um perambular ensaístico sobre os modus operandi das estéticas videográficas afim de tornar-se composição, aqui em brevíssimos três movimentos. Ou, deveríamos dizer, três movimentos para um ensaio sobre composição? Ou, ainda, uma composição de três movimentos sob ensaio? Tal qual o choque na montagem eisensteiniana, a páthos é avessa ao lógos. Aesthesis nos fala sobre sensações, aquilo que a razão não consegue definir por completo (ou por complexo)

Editorial Dossiê SEANIMA 2018

Inicialmente um projeto didático sob demanda – experimentações tecno-conceituais do open source “ImageJ” (Visualzing Vertov) frente à metodologia dos gestos de montagem nas estéticas do banco-de-dados –, “Stream'engramas de uma revolução” (2014-2016) transformou-se em uma (con)textual leitura áudio-visual – artística e experimental – de nossa tese de doutorado (2011-2015). Através das fórmulas da paixão que engramatizam nossas memórias em intenso streaming tele-audiovisual, tal projetar pedagógico tornou-se, em si, uma virtual série cartográfica e arqueológica das gestualidades imago-ensaísticas dos vídeos-remix em comunhão aos motion graphics (Retóricas Audiovisuais 2.1). Assim, no dia 21 de novembro de 2016 realizamos a avant-premiere de “Stream'engramas de uma revolução” junto a um pequeno, e seleto, grupo de amigxs próximxs – entre curadorxs, pesquisadorxs e intelectuais. Ao compartilharmos tal postagem através do Vimeo – “#streamengramas de uma revolução .77b” (cor, 4mins.) –, solicitamos aos convidados que gerassem feedbacks por escrito (auxiliando-nos naquele work-in-progress).

Breve pré-seleção de referências bibliográficas em montagem

A presente resenha partiu da comunhão entre uma experire – ocorrida no penúltimo mês de 2016 – e do acesso a uma tradução em português, publicada naquele mesmo ano, da empreitada às novas gerações por Georges Didi-Huberman.

O presente ensaio verbal é a tentativa de um relato reflexivo desde um remix de trechos da tese de doutorado Retóricas Audiovisuais 2.1 – Ensino e Aprendizagem Compartilhada: Passado, Presente, Futuro ou Por uma Arqueologia-Cartografia da Montagem (2011-2015). Antes de ser defendida, uma prévia dos oito capítulos – com foco no quinto layer (camada) Techné: Jogos e Desafios – foi enviada e apresentada em congresso da USP sobre educação na graduação (25-27 de maio de 2015), então sob o título Metodologia 'Aprendizagem Compartilhada': pesquisa e ensino por uma educação criadora. Ser professora, para mim, é compreender diariamente que o caminhar do (auto-)conhecimento é infinito – i.e. educação é um processo ininterrupto da formação do ser humano –, que a docência é uma aprendizagem compartilhada profundamente enriquecedora, que as universidades públicas (pesquisa, sala de aula e sociedade/extensão) são extremamente necessárias em nosso país e que a carreira acadêmico-universitária é de uma vida cotidianamente desafiadora e potencialmente gratificante para o desenvolvimento pessoal e coletivo.

Apresentação do dossiê Pedagogias da montagem

O presente ensaio visa apresentar um trecho do approach do Manifesto21.TV quando solicitado a analisar as transmissões de vídeo online ocorridas em 2013 no Brasil. Ao longo desses quase três anos de pesquisa, análise e escritas, procuramos refletir sobre a natureza imagética desse “novo” audiovisual ubíquo -- e pervasivamente presente -- em nossa cultura já digital. Aqui, em formato de besprechen-remix com Vilém Flusser, trata-se, portanto, de um curto ensaio sobre certo estatuto da imagem em transmissões-recepções aparentemente efêmeras que se configuram como afetivas comunicações engramatizadoras linkadas a paradigmas debordianos.

Giselle Beiguelman, Ana Magalhães e convidados discutem sobre parte da(s) arte(s) em tempos de uma emergente estética da memória que atravessa a amnésia incipiente da atual cultura digital. Através desses “futuros possíveis”, adentramos ao valor não mais da produção cultural [e/ou i-material], mas de sua documentação e (re)apropriação como enriquecedora moeda de repositórios não apenas empresariais como também institucionais e museográficos.