O objetivo deste artigo é examinar a importância da composição etária da população sobre os gastos com internação hospitalar no Brasil. São utilizados dados do Sistema de Informação Hospitalar de Curitiba (Paraná) e Belém (Pará), em 2004, para separar o efeito de diferenças na composição etária sobre os gastos com internação no Sistema Único de Saúde, dos efeitos preço (diferenças nos gastos médios por idade) e taxa (diferenças na taxas de utilização por idade). Além disso, o artigo examina o papel do envelhecimento populacional sobre o efeito de composição com base nas mudanças projetadas para a estrutura etária do Brasil em 2050. Os resultados indicam que as diferenças na composição etária explicam apenas 13% das diferenças atuais dos gastos entre as duas cidades. Aproximadamente 72% das diferenças nos gastos totais devem-se ao efeito preço. No entanto, caso a taxa de utilização e o gasto médio por idade mantenham-se constantes no futuro, o envelhecimento populacional explicará mais da metade da diferença nos gastos totais com internação hospitalar, sugerindo o papel significativo da dinâmica demográfica sobre os gastos futuros com saúde no Brasil.This paper examines the impact of changes in population age distribution on inpatient care expenditures in Brazil. The authors use data from two highly distinct metropolitan areas, Curitiba (Paraná State) and Belém (Paraná State), in order to determine to what extent current differences in expenditures are explained by differences in: (i) age distributions, (ii) age-specific expenditures (price effects), and (iii) utilization rates (rate effects). The study also looks at the consequences of future changes in age distribution by simulating each of the effects (age distribution, price, and rate) under the projected population age distribution for Brazil in 2050. The results show that only 13% of current differences in health expenditures in Curitiba and Belém are explained by differences in age distribution. Most of the difference is due to price effect (72%), probably because of large socioeconomic and epidemiological discrepancies in these two metropolitan areas. However, simulations for 2050 suggest that most future changes in inpatient care will be explained by population aging effects.